quarta-feira, 9 de março de 2011

Predisposição a confusão - Parte 1

      A noite estava calma e alguns abutres desta famigerada cidade estavam sem propósito. O que sangra a sua boa vontade de sair é o transporte público. O chamado é dado quando o telefone toca e a pergunta do sábado a noite após as 20h é o sobre o que fará nesta noite. ‘Nada, sem planos’ a resposta. – Vamos ao perro-loco?

     Já na festa me alcoolizando dentro das economias possíveis e com horário previamente marcado pra voltar encontrar rostos conhecidos é comum. Habitantes em Goiânia são 1 milhão e tantas outras mil mesmo assim é fácil encontrar por aí rostos conhecidos. São rostos e chapas. Risos e cumprimentos, abraços e um grito lá detrás “MALDITO, VOCÊ ESTÁ AQUI!”.

     Conversa vai conversa vem, os risos são inevitáveis. Lembro aqui daquelas outras histórias. Sempre que planejamos alguma coisa NUNCA dá certo é incrível isso. Há sempre da nossa parte uma vontade destruir alguma coisa e voltamos pra casa frustrados, pois não conseguimos nem construir. Quando acabamos com algo de fato é porque nada foi premeditado. E acabar com aquela festa não foi premeditado. Seriamos os piores assassinos em série que Goiânia poderia ter.

Um comentário:

  1. Realmente, acho que esse impulso destrutivo-indiferente ainda não tem nome certo. O que fico me perguntando é se só acontece quando estamos em bando, ou, se mesmo a sos, cada um por si, a bomba ainda explode.

    ResponderExcluir

Seja racional, seja emocional, esteja bêbado, esteja sóbrio, esteja alegre, esteja triste, seja você.