Quebrei a caixa de isopor com um pé só. Bem na tampa, bem no meio, bem encima. Não demorou muito para o dono aparecer. Alguém de 1 e 90 de altura, forte e que ameaçava pelo tom usado. É, parece que hora de ir embora ou a coisa vai ficar pior.
Segurança vivo é segurança atento. No primeiro momento a confusão foi evitada, parabéns. É hora de juntar o pessoal que falta e ir embora. É nessa hora que alguns seres são desnecessários, dois deles que acompanhava um amigo demonstraram isso. Sumiram, desapareceram. Mortos ou não eles tem que retornar para suas respectivas famílias.
São eles que nos prendem a confusão gerada pela caixa de isopor quebrada. Como ir embora com duas pessoas que faltam? Como ficar com o perigo a nossa volta? Dois seguranças me aconselharam a não ir para o epicentro da confusão, pois eu era o pivô. Fiquei tentando preservar-me fisicamente, mas moralmente destroçado. Meu amigo tentado ser chanceler, diplomata, relações públicas, negociador, intermediador...
A confusão estoura. A negociação falhou. Cerveja na cara, motivo para briga. Chutes ao ar, socos ao vento. Um deles no rosto de um amigo, outro nas costas d’outra amiga. E então uma cadeira voa, uma garota pula nas costas de um grandalhão. A indignação é total. O sistema é falho, a polícia não é milícia, não é ordem, a polícia é burra e estúpida. Retarda-se para eximir-se do erro. A polícia é acionada e a polícia não faz nada. Não cumpre seu papel preventivo, nem de pós-ação.
Diante da viatura uma das amigas ainda cai pela pesada levada nas costas. Barro e sujeira. Gritos e indignação. Policial burro, policial estúpido viu e fingiu que não viu. Três ou quatro pessoas gritaram para que prendessem os agressores. Não confio na polícia, e tenho certeza que muitos deixaram de confiar.
Eu me lembrava tão nitidamente até uma semana depois, quando, na faculdade, ao comer um Doritos, o salgado fez arder o meu beiço!
ResponderExcluirFoda-se a polícia.
Viva a ousadia.
"A Sorte favorece os destemidos."