quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Parentes Estúpidos

Alguns de meus parentes são estúpidos. Aversão a parentes? Xenofobia? Não!

Tentando descansar um pouco o pensamento que incomoda vem martelar na cabeça. É nessa hora que a máxima prevalece, “cabeça vazia é oficina do diabo”. Vem parentes para sua casa, vieram para minha, aqui ficaram. Você já passou por isso, eu sei. São 3 (três), e claro sem suas respectivas mães, todos jovens. As mulheres são mais comportadas, seus níveis de esturpor são menores que o do "machão".

Se pareço tranquilo ao escrever, sim estou. Primeiro quase ninguém lê este ‘buteconáutico’, segundo são tão estúpidos que nem eles lerão (o endereço do site está no Face, Orkut e algumas assinaturas de emeio).

O lugar onde viveram grande parte de suas medíocres vidas fora no interior do Tocantins. Vejo que a estupidez pode não ser culpa deles. Num lugar onde a informação tende a quase não chegar causa estupor, ignorância, entre outras doenças da ausência da cidadania.

Empurrado pela mãe o garoto de 18 anos está em Goiânia. Disseram me as boas línguas que estava um beberrão (futuro alcólatra). Aqui parou de beber, pois não tem ninguém para acompanhá-lo. Aqui assiste futebol o dia todo e acha que o Berlusconi é só o dono do Milan. - Wiki diz sobre Berlusconi: é o líder do partido político Força Itália (fundado por ele na sua entrada na vida política) e o proprietário do império italiano de media Mediaset além de ter controle dos principais meios de comunicação e ser dono de bancos, empresas de entretenimento e presidente do AC Milan.

Pior de tudo é achar que os times brasileiros não são instituições privadas. Que quem banca o salário do fenômeno é o governo do estado de S.Paulo. A vida dele se reduz a modos e pensamentos estúpidos. Calçados e roupas pela sala, pelo meu quarto, e roupas íntimas na minha bicicleta.

Mal conhece o amigo viado da metrópole que já quer bater. Alguém que nos ajuda de bom grado. Disse em voz grossa e de cara fechada para o 'Jubixinha': "Sou mais bravo que meu irmão." Acha-se o bambambam pois os seus costumes são melhores que os nossos, impressão besta essa.

Acaba sendo um peso hospedá-lo, ainda mais quando é estúpido. Ah só troca o futebol por malhação. Tá em casa e tenho que aguentá-lo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Noite e madrugada.

       A madrugada é sempre decadente. A ingestão de álcool sempre começa lá pelas 10 da noite. É ruim quando entra a madrugada e todas as boas opções de beber estão fechadas. Privam este e outros indivíduos da única alegria da noite.
 
      Já são 2 horas e você esta num lugar conversando, fumando e bebendo e aparentemente o clima e o ambiente esta bom. Eu disse aparentemente, pois há entre os intervalos de pausa momentos que o mal-estar é evidente, mas não é mal-estar físico e sim psíquico. Você esta ali mais que pela obrigação do que pela vontade. E a única vontade é sair das pequenas percentagens de etil e passar para as mais elevadas.
 
      Já são 3 e mesmo assim você está conjecturando levantar-se da cadeira e buscar abrigo em outra soleira. Aquele bar já deu no saco, ou você vai embora, ou gasta o que sobrou.
Já são 3 e meia e não passa mais ônibus então sobra a alternativa de ficar e beber. Mas você não quer mais ficar então me aparece o entrave no peito e no estômago. A opção mais próxima para encontrar algo que realmente pega fogo está fechada ou pelo menos a uns 30 quarteirões.
 
      Vamos por aí e por ali. Não foi um prazer porra nenhuma te conhecer, nem cheguei a conversar. A sua cara é detestável e nada além disso. Deu pra ouvir só o prazer-porra-nenhuma. Há um mercado que talvez atenderá as nossas vontades vinho barato e bom, mentira! Novamente cerveja, e dessa vez mais barata para os meus cents que sobraram.
 
      São 4 e meia. Há uma lei na cidade que proíbe os cidadãos decadentes de fumar em ambientes fechados, a lei não funciona e nem a cidadania. Acendo um cigarro no supermercado, o resto ri, mas mesmo assim participa, fumam também. Nosso risco é o segurança, um bundão, pois ninguém vê ou finge que não vê.
 
     São 6 tem-se a aurora. Somos impedidos de beber e fumar nas mesinhas dentro do supermercado. Mas não somos impedidos de beber do lado de fora. Comparados a vira-latas nosso lugar é lá com os cachorros. Água suja, banheiro imundo e imundices proferidas. Fica a dúvida de mim, a duvida do mundo, a duvida de tudo. 

     Viverei assim ou morrerei herói? Não salvo ninguém e nem eu de mim mesmo. Preciso mudar, preciso negar todas as crendices padrões, preciso me impor, preciso dormir.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Em Sampa foi Bacana!


A trama começa a ser feita há um mês da data da partida. Como vamos? Avião? Ônibus? A pé? De bicicleta? Quem vai? Rodrigo? Uila? Eu? É foi meio tortuoso, mas embarcamos num ‘catacorno’ dia 06-01 e com 12 horas exatas de viagem estávamos descendo no bairro do Brás lá na capital. Olha pra cima e pra frente. Olhar pra baixo nem pensar queríamos pegar cada pixel da realidade paulistana. E perguntando chegamos na estação Bresser, para depois ir para a do Brás para enfim percorrermos pelos trilhos do trem rumo a Mauá. Temos e somos surpresas para nossos amigos.

Uma semana de estadia é o nosso plano. Queríamos muito em tão pouco tempo. De cara já chegamos com muita emoção. Fomos bem recebidos pela ‘Lu’ – amiga dos amigos – que nos levou até a casa do ‘Seu Paulo’. O amigão da parada ainda estava dormindo logo as 08:30. Tiramos da cama o notável namorado da amiga e a mais que notável amiga – Fernanda e Bruno. “Porque vocês insistem em me dar sustos!” essa é a bronca que ouvimos.

- E ai, vamos dar uma volta? A cultura do paulistano é urbana, metropolizada, comercial entre outros termos que se refere a cidade e é nesse sentido que, vamos  ao shopping. A maioria das marcas e fachadas são comuns pra nós, uma lojinha diferente no meio do caminho, logo vem a ‘grande rede’ e outra regional e outra ‘grande rede’. A lojinha que chama atenção é a de sorvetes e melhor é seu nome que mais parece conversa de pai babaca com criança retardada – TIBIDABO. Ao pensar nesse nome me vem junto carinhos com as pontas dos dedos e logo em seguida um Bluuuu, blaaa e o inesperado TIBIDABO.

- TIBIDABOOO. Sempre inesperado e sempre assustando um, porque junto a pronuncia do nome vem o carinho com as pontas dos dedos. Uma semana levando e fazendo TIBIDABO’s. “É o que eu volto a dizer a vocês, essas criticas na verdade é o que chamo de hipocrisia da sociedade.” Isso emendava o assunto de conversa de bar numa casa de família. A família que nos recebeu, recebeu de um modo paulistano aqueles goianos “acanhados”. PIZZA e mesa farta e sempre ao nosso lado nossos amigos (S.Paulo e C.Fernanda) motivos da visita.

Sexta descanso – não sei do quê? – pois no sábado tínhamos uma agenda cheia. Passeio na galeria do roque e mais tarde casamento. As bizarrices vistas no meio do caminho é comum pra nós e acho que pra todos. Muita coisa bacana por lá. Camisetas, bottons, piercings, Cd’s e um LP da nova obra do Kings Of Leon.


“Meu deus o sol ta quente, vamos procurar algo pra tomar?” Uma lanchonete aparentemente simples do outro lado da praça da Republica. Digo aparentemente simples pois possuía a melhor mistura de sabores que havia provado, uvas Niágara com caldo de laranja puro. A confusão era perfeita e como um bêbado que sou peço outra jarra.

A hora do casamento. Não conheço os noivos, e muito menos a família dos noivos o bom é que terá festa. Foi lá que nos esbaldamos, hora vinha petiscos, hora vinha o cara da cerveja, novamente petiscos e um “enche aqui pra mim, por favor”. De repente alguém berra no microfone: “E agora a noiva vai jogar o sapo, pra ver se vira príncipe.” Sapo?! Sim, sapo em pelúcia. Lancei mão a um desafio “Eu vou pegar este sapo e vou te dar”. A amiga que acompanhava aceitou e riu. Numa catada de mestre com habilidades para pegar baquetas de grandes shows de rock aquele sapo estava em minhas mãos e logo em seguida nos braços da Fernanda. Uma gorda, irmã da noiva, fiscal do casório arrancou com toda sua força o sapo dos braços da pequena e frágil Fernanda. Daçamos, todos, que nem maricas. Arriscamos, desde passinhos à Silvio-Santos até à Village People.

Descancem que na semana que entra tem mais. Aborrecimentos são humanos e comuns. Estamos longe de casa e estamos livres. Liberdade que tem limites, isso é comum, me aborreci sim, aborrecimento afogado e suprimido pela alegria de estar alí com os outros. Estar com os outros amigos, os do colégio, da 8ª, do cinema, dos filmes, das conversas, das ideias. Todos com seus rumos tomados seguindo a ordem natural de crescimento dos galhos daquela nova arvore que busca o sol. E então vamos a lá praia ô, ô, ô.

Caminho legal esse, sobe a serra pra depois descer. Passa dentro do morro pois dar a volta é chato e longo. Lugar legal, sol infernal. “-Não vai beber da água, Luiz, pra ver se é salgada?”  Pareço um mané, sou o útlimo a entrar e o primeiro a sair. Não enchergo tudo tão nítido, meus óculos não me ajudam. Então o que me sobra é ver as belezas, de perto, que se escorregam pelo calçadão. Camisetinha no corpo, carteira no bolso e alguns trocados para um picado e uma itaipava. Me acompanharam por maios ou menos uma hora. Não ví nada de interessante a não ser a água de um lado e os apês do outro.

Voltar é o que me sobra e encontrar os branquesas assando no sol. Assaram que saíram as péles. Arder, arder, arder é o destino daqueles que vão à praia sem protetor solar. Voltamos pra Mauá, cansados e dolorídos, mas alegres. A água realmente é salgada.

Mais um dia na rua, mais um dia prá lá e pra cá. Somos cômodos túristas. Não me dói nada, não estou assado e nem tão cansado. A quinta foi divertida ainda mais. E mesmo assim ninguém arrisca um TIBIDABOO. O B. da Liberdade está num morro, do marco zero até o marco japonês-ocidental do cone-sul. Lá no centro história nas fachadas e a poesia urbana ronda toda aquela arquitetura. Em SP-SP há pastores de calçada, há vagais e vagabundos. Não sei onde nos enquadramos. Na liberdade foi dificil nos livrar dos rostos comuns, havia mais ‘loiras’ do que ‘nipônicos’.

É gente tá na hora de irmos embora, digo aos outros. Silêncio total, mas é a verdade. Naquele momento todos lembraram das suas vidas aqui. E novamente inicia-se a odisseia de retorno. Que engodo todo aquele. Não conseguimos voltar do jeito que fomos, mas voltamos. Antes de embarcar mais aventuras.

“-Sai da rua Bolívia!” A chuva indica tempo propicío para retorno. Nuvens negras, céu fechado, vai chover de novo. “Hora do rush” para o paulista e para nós não. Stress na estação e ansiedade no coração. Se for viajar para os centros urbanos vá com um mapa ou internet disponível você vai precisar, nós precisamos. O bairro do Brás é muito grande, com seus galpões e suas ruas esquisitas. Ô povinho mal informado e olha que não foi nenhum boliviano que deu informações. Acho que eles conhecem o Brás melhor que um paulistano, porque lá é cheio. No buteco, bolivianos, na esquina, bolivianos, no onibus bolivianos, nos galpões... Enfim a garagem clandestina de passageiros em busca de viagens baratas e o sentimento da despedida e a saudade batem ao coração.

Aquele abraço dolorído da saída, da retirada, da partida. Nos olhos água, no peito sopro. É ‘mermão‘ partir sem uma possível data de retorno causa choro inconsistente. E foi como todos voltaram e foi como alguns ficaram. Me orgulha saber que somos queridos, que fomos bem-quistos naquela humilde e aconchegante casa. Pareceu um albergue o melhor que podiamos estar. Não houve dias de choro e de tristeza só de alegrias.

E agora digo a aqueles que nos acolheram: O nosso M-U-I-T-O - O-B-R-I-G-A-D-O, NANDA, S.PAULO e BRUNO.