quarta-feira, 9 de junho de 2010

O conteúdo do pacote.

O assunto na mesa está escatológico, está pornô e também sem noção, nada disso importa porque tudo já foi distorcido e desmembrado. No pulo daqui para ali, duma mesa pra outra eu não tenho nenhuma proposta melhor do que ficar ali fumando e bebendo. A vontade do pó nos leva para outro lugar. E lá nada muda o sem graça ainda impera, o que causa animo é andar no porta malas.
Entre umas e outras, entre o aqui e ali o seu Kuka é o penúltimo lugar, depois de seguir uma morena e uma loira, ambas de pernas grossas. A guerra do que está próximo da mão começa, como dito antes, o guarda-napos é a bandeira branca da paz.
-Luiz eu vou vomitar...sic
-Eu vou com voce, sic, pra filmar ou tirar foto.

Aquela risada embriagada de desprezo, lamuria e ironia – ririririr, bluargh.
-Renan, lembra que eu te falei que queria cagar, acho que vou cagar. Vou lá pegar o copo
americano, peraí (sic).
-Bluaaaaaaargh (sic).
A cena é absurda, bizarra e insana, um copo de pinga abaixo da bunda esperando o cocô cair. De repente o copo comeca a ficar quente e pesado, até o topo.
-O que a gente faz com ele agora?
-Sei lá o cocô é seu, riririr (sic).
-Vamo tirar foto.
-Mas aqui tá escuro.
-Peraí que vou ali pegar uma lanterna (sic).
A luz do poste não é suficiente, por isso é necessário luz extra. Uma foto bem tirada na madrugada sem graça, sem noção. Os ambientalistas devem me amar, é menos agua limpa com coisa suja. Soube que pela manhã o copo já não estava mais lá, com certeza foi parar em uma sacola do carrefour.

O pacote

“I want break freee” como som de fundo, na cabeça, e a atitude contida n'alguns copos de cerveja, goladas de vinho, cigarros e um charuto. Assim vai adentro uma noite de sexta-feira, com conversas fiadas e putarias a cada uma, ou outra mesa. O copo quebrado quando pago afronta a honra do dono do bar, com o paninho sujo e a tatuagem de cadeia, que lhe devolve com gosto os 3 reais, pra felicidade do Sr. Magoo rola um realzinho de gorjeta.
Vamos mais uma vez nos aventurar por aí, todos atrás do painel do carro e um no porta- malas. Mas para que haja aí uma sequência lógica deve ocorrer antes um evento para tal. E o maior fator de ocorrência é a vontade incontrolável de dar uns tiros nas carreiras dispersas pela madruga em lugares Vintages. O subterfúgio para ludibriar o agradável rapaz, presente na mesa, é a possível companhia de uma das gêmeas. - Vamo lá, uma delas está desacompanhada.
O asfalto sob as rodas e o caminho na cabeça, leva a vontade e seu detentor, e também toda a trupe de atrapalhados. Vintage como destino e objetivo e lá: duas cabeçudas, acompanhadas de dois blackpowers cada. O clichê certo é: banho de água fria. Tomemos outra atitude pois lá é um S-A-C-O e a cerveja é 4 reais.
− Quero ir no porta-malas. Quero saber como um sequestrado se sente. Um pacote indo para a morte, para a geladeira, o que diria todos os ovos da cartela. Além de tudo acaba até economizando espaço, pois, daí não há necessidade de irmos no colo uns dos outros.
− Tá bom, se você quer ir tudo bem. [Barulho do porta-malas abrindo, BLAPT.] É uma viagem profunda que se tem no porta-malas, ainda mais com o etil correndo nas veias. De repente um grito: - Uhuuuu, isso aqui é doido demais. Logo vem a resposta: -  Cala a boca, se a polícia para a gente, o Renam tá ferrado. Viagem por viagem a gente vai parar n'outro lugar, que lá não ficamos nem por 2 minutos.
Estamos entediados, a última proposta é de seguir elas. Outra mesa patrocinada e tem-se mais cerveja. É interessante a guerra travada, ora pelo discurso filosófico de bar, ora pela bituca acesa que voa, pela cerveja que retorna, pela beirada do pastel que acompanha, tendo como bandeira da paz o guarda-napos.
Assim é mais uma noite com suas peculiaridades e este é o breve capítulo do resto que aconteceu.
Claro, precisarei d'outras linha para expor a loucura noturna como um todo.