“É tudo uma questão de escolha...”
Depois de uma meia garrafa, duas ou três cervejas e outras
doses volto a escrever aqui neste blog. Minhas impressões são contestáveis, mas
para este espaço é somente eu. E não me importa o que falarão aqui. Os cigarros
que fumei e as cinzas que deixei não são tão piores quanto as cinzas que
deixaram de mim.
Nossas escolhas nos tornam mais fracos, medíocres, ridículos.
Eu escolhi gostar de pessoas e as pessoas escolheram não gostar de mim. Resolveram
irem embora no próximo ônibus que veio. Partir para o perto e o longe. Sou egoísta
sei, mas não podiam ir embora, não podia ir embora. Podia ficar comigo, pelo
menos pelos próximos 5 minutos e/ou 30 minutos.
Gostaria de gastar meus últimos minutos com uma pessoa, eu escolhi. Não é assim, assim não é a
escolha do outro. A escolha do outro é sempre diferente, diferente são os
caminhos. Escolher é difícil, difícil para quem tem 25, como eu, deve ser mais
ainda para quem tem 40. Pois quem tem 40 sabe muito mais da vida e sabe que as
escolhas de um pós juvenil é sempre uma escolha errada.
Escolher é a sina do nossa maldita vida. Eu escolhi. E você...,
as vezes, não. Não que você seja estupido, pra mim você só ainda não escolheu.
Nossas escolhas são baseadas no medo. Nosso medo de
confrontar pessoas, pais, amigos, amores. Temos medo de nossas paixões, temos
medo de tudo. Somos um bando de fracassados que não sabemos de nada.
Eu escolhi gastar dinheiro, escolhi que não moraria mais com
minha mãe. Tinha escolhido antes e por medo não sai. Fui corajoso de sair, fui
corajoso de escolher. Hoje sou medroso em dizer certas coisas. Sou um verme que
se resume a analisar, observar.
Nós vermes estamos no fundo como estão os detritos de um rio
poluído. E qualquer coisa nos transforma em bestas feras prontos para devorar,
apavorados esperando o próximo alimento. Detritos são assim, pois o primeiro pé
no fundo do lago, faz com que todo o pó suba. E se misture a água suja.
Você não escolheu ficar comigo, eu fumei, ouvi meu som. Me tornei
mais alguém, me tornei mais útil a mim mesmo, me tornei eu. Não me tornei você.
Não sou você. Você não é eu. E eu, sinceramente, não sei o que você escolheu. Foi
bom enquanto durou, aqueles cinco minutos, são pra mim dois mil anos.
É um instante que demora mais que o suficiente, mais que o
necessário pra que seja bom pra mim.
Luiz
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